terça-feira, agosto 26, 2008

Duas horas em um minuto

Em conversa com uma grande amiga que vive uma turbulenta fase de (des)amor, que se acostumou a mentir e a manipular involuntariamente as pessoas,os amantes, e percebeu a fragilidade das relações humanas - inclusive a relação dela consigo mesma - nos deparamos com a aterna questão: a sinceridade.

Li uma vez a psiquiatra Nise da Silveira falando do Jung, comentando seus conceitos. Dizia que todo ser tem um lado que vive na obscuridade e que precisa ser tomado de luz, de consciência. Esse lado obscuro seria sua "sombra": o desconhecido que precisa vir à tona.

O dilema era: falar ou não falar verdade? Sinceridade!

Após conversar com seu psicólogo, minha amiga dizia todo o ser tem que ter algo que é só seu, que não pode ser revelado à ninguém.

- Mas assim justificas a mentira... Ora, o desconhecido do Jung não é mentira, a "sombra" é o inconsciente, e que precisa ser revelado. Não é saber e omitir, calar. É levantar a cabeça e seguir em frente.

Acho eu que a vida, como desenvolvimento das potencialidades humanas, não deve permitir a falta de sinceridade. Por mais que ainda resista em falar o que sinto, o que quero - e executar - quero ser coerente com as minhas falas, meus pensamentos e minhas ações. Caso contrário, o que terá sido para mim o viver se não um campo onde passei e plantei a miséria humana, badulaques destrutivos que nos impedes de sermos seres coerentes?

reedição do post publicado em 2006 no falecido tlfsc.blogspot.com