terça-feira, agosto 22, 2006

Olá amigos leitores.
São 20:28.
Primeiramente gostaria de me desculpar por não ter postado na semana passada. Não consegui por causa da demanda de trabalho: estou lançando o filme O MAIOR AMOR DO MUNDO e a carga de trabalho tem sido alta. Nesse momento estou sentado à janela de um hotel em Salvador de frente para o mar sem pescadores ou jangadas. Ainda não sei postar fotos, senão as postaria em lugar de rápidas palavras. Conheci o Pelourinho e comi muito bem. Como todo turista, comprei colares dos filhos de Gandhi de negros, os mesmos que construiram todas aquelas igrejas. Foi uma passagem rápida, amanhã já embarco para Brasília para mais uma pré-estréia do filme.
Ontem estive em Recife, falei com a madrasta do Queiroga mas nem ela e nem o pai dele puderam ir. Soube pelo Wilker que o avô do Rafa, Luís Queiroga, era uma grande comediante do Recife. Não é a toa que o cara é assim, tá no sangue. Fiquei muito feliz de termos ganho o prêmio no Noites Cômicas no domingo que se passou, depois da nossa fraca apresentação de sábado. Engraçado a minha relação com esse cara... As vezes acho que somos muito diferentes, outras vezes bem parecidos, mas o fato é que somos realmente muito diferentes mesmo.
Antes de embarcar no Galeão me chamou atenção um engraxate pequeno, negro. Pena que não sei postar foto, pois tirei uma foto dele até ver e ficar puto comigo. Depois, me explicou que semana passada um reporter tirou foto deles no jornal colocou na manchete: "menores infratores trabalham no aeroporto". Questiona: " Que infração que eu to fazendo?". Eu sinceramente não sei, não posso responder, só digo o que me motivou a tirar a foto dele: vê-lo tão pequeno diante das pessoas e da arquitetura, e ao mesmo tempo tão grande, de rosto e fala grave. Ofereco-lhe o café da manhã, onde me explica que naquele dia é seu aniversário, mas que não anda com a carteira de identidade pois já rodou uma vez com ela e se pegarem ele de novo vai pro Padre Severino e a mãe presa. Quando ele me conta essas histórias, só lembro do aniversário quando ele já foi embora com a barriga menos vazia. Conto também da minha tataravó, escrava; dos meus bisavós, índios; tentando diminuir a fronteira entre nós dois, e até tenho êxito por alguns minutos. Até ele ir embora.
Amanhã vou a Brasília. Estou conhecendo o Brasil de cima e percebo o quanto ainda somos vulneráveis a nós mesmos. País abandonado, desabitado, que obrigou e obriga a população rural a migrar para o meio urbano para virar engraxate, marceneiro, ladrão.
Décadas atrás, oitenta por cento da população vivia no campo. Hoje é contrário. O meio escasso, roubado do povo original e dos mestiços que resultaram da combinação com o dominador, obrigam populações a migrarem para outro meio que o ameaça ainda mais com a falta de emprego, com a Força-Tarefa Nacional e com o Exército nas ruas.
Toca o telefone, e lá vou eu para mais uma pré-estréia bem sucedida dO MAIOR AMOR DO MUNDO.
Mas nem venha com essa de que Deus é Brasileiro!

Um comentário:

  1. Goldencross comemora os seus 35 anos, com festa para 5000 convidados no
    Credicard Hall em São Paulo.
    No cardápio artístico da noite, "Cats" o espetáculo da Broadway.

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