quinta-feira, julho 17, 2008

Autoficcional ou mentiroso contumaz
ou
O poema não necessita comentar

Esse blog iniciou-se a três anos e meio com a proposta inicial de ser um espaco para exercício de uma escrita literária. Durante dois anos, ele também foi se transformando em espaco de citacoes, de registro do cotidiano, divulgacao de trabalhos, de exposicao de ensaios, artigos (precários ou não) e ensaios fotográficos.
Durante um tempo tive a preocupacao de nao usar esse espaco como um diário de fatos da vida. Voltando aos primeiros posts, existem contos totalmente ficcionais e outros em que a vida é utilizada como matéria prima, quase sempre ficcionalizada. A necessidade de escrever ficcionalizando o cotidiano era grande, e de uma certa forma, analizando os anos superiores, essa opcao foi sendo menos aprofundada.
O filme do Murilo Salles me ajudou a perceber que parte da confusao entre ficcional ou nao pode ser feita retirando a possibilidade do leitor de comentar a escrita. No fundo o código de comentar é uma necessidade de auto-afirmacao que nao tem interesse para algumas opcoes literárias. Um comentário nao interessa a um poema.
Para um debate é melhor outros meios, como os e-mails, já que não existe a possibilidade de ficar debatendo via comentário do post. Acaba virando um fórum de discussoes em exposicao, que interessa talvez para alguns trabalhos, mas nao para outros.
Por isso, a partir de agora, nao será possível comentar em todos os posts, e o critério para tal não interessa deixar muito claro.
E, se esse blog tiver algum leitor, ele indica o filme "Nome Próprio", para o debate entre ficcional e a vida como matéria-prima, para escritores e mulheres.