segunda-feira, junho 16, 2008

Performance número 1

Tema: A memória e o tempo

Título: A Morte e a Luz - A memória é uma ilha de edição.




A performance baseia-se em uma reflexão sobre o que é a vida e suas possibilidades como existência. Os objetos de pesquisa para tal são a memória e os sonhos, como fatores recorrentes do imaginário humano e que não se pode dominar totalmente. Não tenho a pretensão de oferecer nenhuma resposta, mas inculcar nos participantes a dúvida concreta sobre o que é a existência e como podemos intervir em nossas próprias vidas e nas dos outros. O objetivo é fazer o questionamento por meio de dinâmicas em que o publico se insira na performance, e não pelo excesso de verborragia. Os participantes caminharão por espaços transformados e paramentados e tem que se relacionar com eles, modificando a forma dos passantes em se relacionar com o espaço e a sua memória e atitude em relação aos mesmos. É por meio da interação que as questões são colocadas. Importante ressaltar que, embora os símbolos utilizados pareçam mórbidos a primeira vista, a de se perceber que não o são. A Morte não será abordada de maneira fatalista e nem a existência de maneira determinista. A Morte é algo natural e, quem sabe até, um sonho bom. A existência não depende de forças externas, mas da vontade de existir e ser de cada um de nós. Os participantes serão conduzidos por um jogo com “a Morte”, percorrendo corredores de questionamentos e de sonhos. Ao chegar à praça como destino final, “a Morte” deixa de conduzir os participantes, livres para sentir e perceber a relação de si com os símbolos e com tudo que foi observado e está colocado no espaço.



Referências afetivo-psicológicas

Quando pequeno, com mais ou menos oito anos de idade, lembro-me de estar sentado sozinho no vaso sanitário do quarto de empregada em uma casa que dividia com outros parentes, e me percebi sentindo a minha mão. Foi a primeira vez que tive a sensação de finitude da vida. Eu olhava para minha mão e percebia que meu corpo tinha um fim. Toquei meu rosto e senti a minha própria limitação física, e tive a sensação de que eu estava dentro de um corpo, mas que minha mente poderia funcionar e agir para além dele. Foi a primeira vez que percebi que a vida poderia não ter um sentido a priori, as coisas começaram a não ter um sentido completo, e segui com essa sensação por muitos anos de minha vida. Dividi essa sensação apenas com minha mãe, mas ela também não tinha uma resposta: “o que fazemos no mundo é o que os grandes filósofos gregos se questionaram”. Hoje, no momento que escrevo, olho novamente para minha mão. Mas a sensação de vertigem que tive durante muitos anos com esse ato não se repente. Eu sei que tenho um fim. Meu corpo me pertence e sei que preciso fazer algo a partir disso.

Referencias Bibliográficas

A fisica no século XX vai nos mostrar que todos os conceitos e teorias são limitados e aproximados. A crença em uma verdade absoluta foi posta em xeque no decorrer do século passado, quando os cientistas penetraram no interior da matéria, percebendo que os sub-átomos que a compõem se movimentam como uma força dinâmica nem sempre dedutível, modificando as concepções clássicas de espaço-tempo progressivo e determinado. Toda a ciência e filosofia dos três séculos anteriores se basearam na concepção de Renné Descartes, que pensou o mundo como uma grande máquina, onde as ações dos organismos vivos seriam regidas por leis físicas absolutas. Ele afirmou só ser confiável crer nas coisas totalmente conhecidas e sobre as quais não se pode haver dúvidas, hierarquizando a razão como o ponto principal da existência, em detrimento das outras formas sensíveis. Na busca dessa verdade absoluta, os cientistas descobriram que os organismos são compostos de moléculas e átomos, por sua vez compostos de partículas. Mas foi ultrapassando o nível das partículas que houve a revisão dos conceitos anteriores. A matéria já não pôde ser analisada como um objeto isolado regido por leis, mas por suas inter-relações. “No mundo macroscópico comum (...) podemos falar de objetos separados e formular as leis físicas em termos de certeza. Mas quando passamos para as dimensões menores, (...) as leis da física só podem ser formuladas em termos de probabilidades, ficando cada vez mais difícil separar qualquer parte do universo de seu todo”.
James Jean: “Hoje, existe uma ampla medida de concordância (...) em que a corrente do conhecimento avança na direção de uma realidade não mecânica, o universo começa a se parecer mais com um grande pensamento do que com uma grande máquina”.
A estrutura da matéria aproxima-se da estrutura da mente humana, já que a nossa consciência desempenha papel fundamental na orientação e conclusão dos processos observados. “Na física atômica, os fenômenos observados só podem ser entendidos como correlações entre vários processos de observação e medição, e o fim dessa cadeia de processos residem sempre na consciência do observador humano”.
As novas descobertas de que os sub-átomos podem se mover de forma não previsível possibilita um entendimento de mundo onde todos os seres estão ligados, e é a mente humana que organiza e tenta dar ordem ao que é naturalmente desorganizado. As novas descobertas relativizam tudo que conhecemos sobre a possibilidade de uma existência individual e determinada como um organismo independente dentro da sociedade e nos obriga a rever todos os pensamentos científicos e filosóficos que foram as bases do sistema de pensamento nos últimos séculos. Schiller, já no século XVII se contrapunha ao pensamento cartesiano e criticava a revolução industrial em desenvolvimento, que separou o conceito de mente e corpo . Em uma sociedade que submeteu o sensível à razão, rompendo a unidade da experiência estética de outrora, que pressupunha o livre jogo entre prazer, sensualidade, beleza, verdade e liberdade, a humanidade deve reconciliar ambos os impulsos a fim de que suas potencialidades possam jogar livremente, ou seja, Schiller propõe um duplo jogo, um jogo para o jogo: a partir da dinâmica conciliadora entre impulso formal e impulso sensual, a arte propicia uma liberdade na realidade. Livre da alienação da divisão do trabalho e reconciliado com seus nobres sentimentos, o homem está livre para jogar com suas próprias faculdades e potencialidades com a natureza, e só jogando com elas é livre. A física quântica confirma, agora no estudo do interior de toda a matéria do universo, o que Schiller pensou para a humanidade na arte: o desenvolvimento de suas potencialidades vistas como um todo interligado não determinado.
É diante dessas questões que a performance “A memória é uma ilha de edição” foi criada. A afirmação é do poeta Waly Salomão, de que a memória é uma seleção do que vivemos e que o momento presente é feito de camadas de tempo que não apontam para um lugar determinado. A existência é vista como um complexo de fatores relacionados entre si e dependentes uns dos outros. E é a consciência humana quem vai definir as escolhas e direções a serem seguidas. Por isso, toda a ação acontece de forma coletiva, composta de experiências estéticas complementares e não lineares entre si dispostas nos corredores de passagem, que visam incluir de forma dinâmica e ativa os participantes nesse jogo em que a dúvida só não é maior do que a certeza de que um dia, nossa existência física terá fim.

Experiências estéticas

Horário

A ação performática inicia-se no projeto, semanas antes; na produção, preparação e organização das escolhas e possibilidades concretas de torná-las perceptíveis; e no dia escolhido para ação. O ápice será o início do percurso feito de forma coletiva para todos aqueles que se dispuserem a estar no horário proposto, às 17:45, no térreo da Escola de Teatro. O horário é escolhido para agudizar a sensação de passagem e transformação do tempo, com o pôr do sol.

Corredores

Os blocos de ação performática são dispostos nos três principais pontos de passagem do CLA: os corredores, modificando a memória e o modo de relação das pessoas com o espaço.

Fogos

Idéia de explosão, comemoração, susto, movimento.

A Morte

Condutora dos participantes.

Músicos

Sub-átomos não determinados, essência de toda a matéria.

Corredor de Memória

Corredor 1 – materiais inutilizados dispostos no espaço dificultam a passagem. Bocas de vampiro com bonequinhos dentro em alguns pontos do chão. Talvez bancos e jornal O Globo. Talvez as bolas com palavras e dinheiro também estejam dispostas nesse ambiente. Letras onde os participantes podem escrever palavras. A idéia é de que “a vida é uma obra a ser criada”, apesar de toda a desculpa de qualquer discurso que pretenda ver o homem como produto de forcas deterministas a sua volta.



Pensamento cartesino x Indisobilidade da matéria

Corredor 2 – Jardim. Pano branco seguro por fio nos três postes. Espaço para as pessoas passarem entre o pano, alguns buracos que permitem a visão. O pano branco significaria a pureza do pensamento absoluto cientifico corroída. Talvez dizeres de Descartes. No quadrado de concreto, um enorme relógio sem ponteiro. Talvez jogos espalhados pelo chão.

A nova consciência

Um mural com a pergunta: “Qual foi a primeira vez que você percebeu a sua existência?” Canetas para quem quiser escrever. Pergunta provocativa, visto que já foi dito que a qualquer conceito de existência individual deve ser relativizado. Talvez serragem no chão. CD com conversa minha com minha mãe no carro do Márcio.





O campo dos sonhos

Onde os músicos estarão improvisando sobre o tema. Cruzes espalhadas pelo espaço, “a Morte” jogando xadrez, um enorme coração sobre as pessoas. Narguillé, incenso, talvez vinho. O performer enterrado.

Descrição da ação nos espaços:

01 – Dois dias antes, na quarta-feira, escrevo na parede da sala 302: “A Morte e a Luz chegam sexta-feira, as 17:45.”

02 – No dia da apresentação, o performer Lucas Oradovski percorre a universidade a partir das 17:00, percorrendo todos os andares de todos os centros do campus Praia Vermelha, com o livro “Assim falou Zaratustra” na mão e vestido de Morte (capa preta), com uma mascara com o rosto de minha mãe. As 17:40 ele senta no térreo do prédio da Escola de Teatro e abre o livro.

03 - As 17:50 ouve-se um estouro de fogos na praça em frente a biblioteca. O performer fecha o livro e solta uma gargalhada. É preciso que, desde o primeiro contato das pessoas com esse símbolo, não se tenha a sensação de que a morte é algo ruim. O performer reúne a turma e outros participantes no pavimento térreo. Ele liga um CD player e ouve-se uma ópera de Meredith Monk,que será ouvida até o meio do percurso. Ele segura o CD player e pede para alguém se voluntariar. O escolhido deverá escolher um numero. Assumindo que tudo aquilo é uma brincadeira, um jogo, o performer pega uma pequena caixa transparente em forma de coração, escreve o numero escolhido pela pessoa e pede para ela ler o que está escrito dentro: “Sonho é destino”, “Vida é escolha”. Ele guarda a primeira mascara, revelando outra por baixo; uma junção de meu rosto com o de minha mãe. “A Morte” gestualmente convida todos a prosseguirem pelo percurso.




04 – “A Morte” conduz os participantes por uma espécie de corredor da memória, o corredor que leva ao jardim, com objetos que já foram úteis às atividades na universidade, mas hoje estão abandonados e viraram lixo. Todo o percurso terá objetos reutilizados. Esses objetos estarão dispostos em uma espécie de labirinto, fazendo os passantes se relacionarem com eles de alguma forma. Durante o percurso, no chão, está escrito a palavra “você” repetidas vezes. Logo no inicio do labirinto, um envelope onde está escrito do lado de fora: “correspondência para você, ler e devolver”. “A Morte” não pede para ninguém ler, apenas caminha em direção ao final do labirinto. Na carta, está escrito: “Muitos associam Niezstche ao niilismo. Ao contrário. A filosofia de Niesztche é uma filosofia para a humanidade. Não devemos nos ver como um produto de ações superiores às nossas. Quando se fala do ser humano como marginalizado, cria-se um leque de desculpas. Ser se baseia nas escolhas que se faz e se responsabiliza. Somos nós que controlamos o nosso destino. A vida é uma obra a ser criada. Quem somos é sempre uma decisão nossa.”

05 – A morte chega ao jardim. As 18:05, outro estouro de fogos. Muitos incensos exalam um cheiro diferente. Na parte de concreto, um enorme relógio sem ponteiros, com um falso passarinho no meio, que assobia e se mexe repetidas vezes. Os participantes passam pelo corredor onde tem um pano semi-transparente, que permite ver o outro lado, com escritos de Reneé Decartes sujos por lama.

06 – Os participantes chegam ao corredor de entrada da universidade, onde há um mural de madeira, com a pergunta: “Qual foi a primeira vez que você percebeu que existia?”. Nesse corredor terão varias bolas amarelas, soltas, com palavras escritas. No chão, dentes de vampiro. No carro de som do Márcio, toca um CD com uma conversa de minha mãe comigo, quando eu era pequeno. No mural, canetas para as pessoas poderem escrever seus depoimentos.

07 – A Morte continua conduzindo os participantes, apropriando tudo que surgir durante o percurso em sua ação performática. Apesar de falar pouco, o performer buscará relacionar-se com os participantes pelos gestos, olhares e sons. Antes de chegarem à praça, Lucas tira o capuz de Morte e olha o público. Diz: “O sol se pôs. Chegou a escuridão. Mil anos é um instante. Não encontrarão respostas. Embora difícil, a recompensa será boa. Exercitem plenamente as suas mentes, sabendo ser apenas um exercício. Eu me lembro de onde vim e como me tornei humano. Porque eu estive aqui. Agora vou. Saio na velocidade de escape. Não só para a eternidade, mas para o infinito.” E corre para a praça.

08 – Gui e Surian tocam no centro da praça, que esta iluminada por três gardens light. Cruzes estão fincadas no chão. Três disparos de fogos. As árvores estão unidas por cordões. Cartas e objetos pessoais espalhados pela praça. No centro, um enorme balão em forma de coração e brindes dentro. Lucas está sentado, com a roupa de morte e o rosto descoberto, com um tabuleiro de xadrez a sua frente e um narguillé ao lado. Três garrafas de vinho e copos espalhados. Eu estou em um buraco na terra, aos pés de uma árvore, e alguém começa a me enterrar, com a ponta dos pés, partes das mãos e a parte frontal da cabeça para fora, como um moribundo, com a bandeira do Brasil e do Botafogo por perto. Alguns objetos espalhados pela copa das árvores.

09 – As 18:30, um disparo de fogos. É o fim da performance. Músicos param, Gui estoura a bola em forma de coração. A Morte retira a terra do meu corpo e me limpa.







Equipe

Raoni Seixas, o sonhador
Lucas Oradoschi, a Morte, arauto dos participantes
Guilherme e Surian, músicos
Marcelo, funcionário da UniRio, coordenador do aterramento e dos fogos e ajudante geral.
Magrão, funcionário da UniRio, coveiro.
Bárbara Vida, filmando.

Colaborou:

Júlia Gorman

Principais Fontes de Pesquisa:

Waking Life, filme de 2001 dirigido por Richard Linklater.
Ponto de Mutação, livro de Fritjof Capra.

Um comentário:

  1. Emocionante: Raoni Seixas, Lucas Oradoviski, Pablo, Gui. Marieta assistindo. Nenhuma mulher no projeto, Tarkoviski agradece. Me senti parte disso. Ouvi um eco de um grupo Ruína que tentei não deixar ser enterrado. Mas muita gente queria abrir o buraco. Você não imagina como foi essa última etapa da Alice.
    ‘Onde os músicos estarão improvisando sobre o tema. Cruzes espalhadas pelo espaço, “a Morte” jogando xadrez, um enorme coração sobre as pessoas. Narguillé, incenso, talvez vinho. O performer enterrado.’ Aqui vi uma continuidade de um estudo do interior do corpo, a suposta separação do corpo e mente fica defendida, apesar de a exploração do simbólico suspender essa defesa. É exatamente nesse ponto em que me confundo ‘tive a sensação de que eu estava dentro de um corpo’? O corpo não é o que consiste? A memória é um saco de elementos dentro de algum lugar na cabeça? Cortem-lhe a cabeça! O corpo apodrece. A memória é o entre. ‘Muita coisa só nós podemos lembrar’ essa sentença depende de um sujeito, mas a atividade precisa de dois indivíduos. Há de se tomar cuidado com a fantasia de que a inconsciência é sobre sonho, e idealismo. O inconsciente é o entre. Entre eu e você. Entre o corpo (o real, o cru) e o simbólico, o imaginário. E aqui, descordo do ‘sonho é destino’. Sonho é material concreto, sonho é boca e palavra. Senão não tem utilidade. E nada mais integro e consistente do que corpo e palavra. Isso não é só Lacan como você pode pensar. Isso é minha opinião através da experiência de vida e profissão.

    tive a sensação de que eu estava dentro de um corpo
    tive a sensação de que eu estava dentro de um corpo
    tive a sensação de que eu estava dentro de um corpo
    Como assim? Vc pode me explicar isso com detalhes? Que sensação? Fiquei muito curiosa para entender o funcionamento disso.

    ‘As novas descobertas de que os sub-átomos podem se mover de forma não previsível possibilita um entendimento de mundo onde todos os seres estão ligados, e é a mente humana que organiza e tenta dar ordem ao que é naturalmente desorganizado.’ A essa questão queria acrescentar que o homem parece querer dar continuidade `a memória em todos os ritos fúnebres, desde (com certeza, apesar de não se ter registros) do Neolítico. Um dado curioso é que a dança começa a ser registrada nessas procissões de cultos do além-vida. Por que a maioria das fés acreditam na vida após o fim corporal? A memória. Qual a vida mais lembrada por sua morte e ressurreição? Jesus Cristo. Curioso pensar na memória como o que que se estabelece pela documentação, pela tradição oral. O corpo transcendente depende do corpo coletivo, da experiência da comunicação em níveis diferentes.

    ‘Schiller propõe um duplo jogo, um jogo para o jogo: a partir da dinâmica conciliadora entre impulso formal e impulso sensual, a arte propicia uma liberdade na realidade.’ Seu ato me lembra um rito em celebração ao Dionísio, no momento do ENTRE celebracao religiosa e celebracao formal. O Dionisio sempre foi comemorado nas duas pontas da dualidade; e a ponta viril, de fecundidade, de celebracao ao nascimento, é o ‘impulso sensual’, corpo concreto e transcendente. O impulso formal depende do compartilhar.

    ‘a memória é uma seleção do que vivemos e que o momento presente é feito de camadas de tempo que não apontam para um lugar determinado.’ Acho a memória uma seleção das pessoas com as quais estabelecemos diálogos ‘concretos’ e ‘trancedentais’. ‘A existência é vista como um complexo de fatores relacionados entre si e dependentes uns dos outros.’ ‘Por isso, toda a ação acontece de forma coletiva’ Acho exemplar e muito responsavel a utilizacao do mural.
    E concordo que o homem, de jeito nenhum, é produto do meio. Escolhemos nossas palavras, nosso código pessoal de ética, nossa família. Quantas pessoas deixam os laços de sangue para encontrar identificaçao em grupos nunca jamais cogitados?

    Achei bonito e brasileiro. Você já leu a ‘visão do paraiso’ do sergião?
    Bom. Achei um ato muito bom.

    Glauce

    ResponderExcluir