terça-feira, janeiro 30, 2007

Rao.Seixas. 21:35 - 07/01/2004

"Estou saindo do Tablado, atravessando a ponte da Av. Lineu de Paula Machado. O caminho que sempre fiz acompanhado de amigos, principalmente o Saulo, hoje eu faço sozinho. Minha única companhia agora é a do Sampoerna de Menta, que comprei avulso numa banca de jornal. Sempre pedi para minha mãe parar de fumar. Ela respondia que não conseguia, pois o cigarro era seu único amigo. Ela fuma um cigarro Galaxy. Eu nunca tinha entendido isso. Porra, ter como único amigo um cigarro Galaxy por mais de 30 anos deve ser foda..."

Raoni Seixas. 21:35 - 07/01/2004

2 comentários:

  1. ... Até hoje não consegui esclarecer o ocorrido. Não sei se choro ou dou risada quando me lembro daquele telefonema desagradável da gravadora para a Norton Publicidade, onde eu também trabalhava, ao lado de um gênio da raça chamado Marcos Rey. E continuo me perguntado: como um homem que deixei cedo no estúdio, por volta das 9h30, tranquilo e sóbrio, felicíssimo com aquela rara oportunidade profissional, poderia já estar chapado, entregue às traças antes das 12h? Pelo telefone entendi as razões por que o projeto do disco estava liquidado: completamente fora de controle, dirigindo impropérios ao técnico de som, Padeirinho chegou ao ponto de ser expulso do prédio. Na década de 1960, ele também teve a chance de ser eleito, pela prefeitura, o Cidadão Samba do Carnaval do Rio de Janeiro. Perdeu por uma única razão: estava embriagado.

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  2. O epidódio João Nogueira vale registro. No auge do sucesso e às vésperas de um novo disco, o fantástico intérprete e compositor subiu o morro para selecionar alguns sambas do Padeirinho. Apesar de marcado, remarcado, confirmado, o encontro não se realizou. Ele estava dentro de casa, falando alto, pra lá de Bagdá. Simplesmente não abriu a porta do barraco. E olha que os dois mantinham relação fraternal. João foi à forra da sua maneira. Escolheu o jeito mais elegante e amoroso de se vingar do grande amigo: esqueceu o episódio e conseguiu registrar em disco aquela que é considerada por todos a melhor a melhor de todas as gravações de "linguagem do morro", dos mais executados sambas do "filólogo" Padeirinho.




    Tudo lá no morro é diferente
    Daquela gente não se pode duvidar
    Começando pelo samba quente
    Que até um inocente sabe o que é sambar
    O outro fato muito importante
    E também interessante
    É a linguagem de lá
    Baile lá no morro é fandango
    Nome de carro é carango
    Discussão é bafafá
    Briga de uns e outros
    Dizem que é burburim
    Velório no morro é gurufim

    Erro lá no morro chamam de vacilação
    Grupo do cachorro em dinheiro é um cão
    Papagaio é rádio
    Grinfa é mulher
    Nome de otário é Zé Mané

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