sábado, janeiro 22, 2005

O que ficou em Ilha Grande...

Cinco e meia da manhã sou acordado pelo meu saco de dormir, preparado para mais uma viagem.

Passo pelo Jardim Botânico e vejo o Saulo sentado no ponto de ônibus. De lá até o Terminal Menezes Cortes iria me lembrar dele mais duas vezes: Paço Imperial e um cartório de algum juiz com sobrenome da mesma família. Por algum motivo particular, ele desistiu de viajar conosco. Foi para Paraty, uma das muitas cidades em que tem família, e esta cumprindo até hoje sua promessa de ficar dois meses incomunicável.

Rio -– Itaguai -– Jacareí –- Angra –- Ilha Grande. Este é o roteiro para quem quer chegar a Ilha economizando dez reais. No caminho passamos pela cidade das crianças em Santa Cruz, onde fiz com uma galera do Tablado “O sonho de Saulo” (olhe ela ai de novo). Se não fosse esse bico e o prêmio de melhor esquete do festival Tápias para “Os dois fantasmas”, teria de passar o meu reveillon na fatídica cidade do Rio de Janeiro.

Ao chegarmos em Angra, rapidamente somos abordados e embarcados no Fernanda Abreu, barco que por vinte e cinco reais te leva a Ilha. Só que desde o dia anterior a Stella estava com um pressentimento ruim, que com o chegar no porto se tornou o momento decisivo da viagem. Eu podia ver nos olhos dela um desespero. Ela não queria ir, não queria sequer pisar no barco. Mas depois de horas de viagem, eu não consegui dizer "“ok, beleza, vamos voltar então"”. Deveria ter respeitado o sentimento dela, mas não consegui. Negligente por saber a escolha que deveria tomar, optei pela omissão: “"Namous, se você quiser voltar, eu volto, mas não vou deixar ir sozinha e nem vou viajar sem você. Você é quem sabe."”

Três horas e alguns golfinhos e peixe voadores depois, fomos recebidos pela guru Manuelita no píer da Ilha. Montamos a barraca no camping do Seu Benedito, de frente para o mar, que cobrou oito reais. Pechinchamos para seis. No ultimo dia de viagem Seu Benedito já não se lembrava de nenhuma negociação e cobrou cinco mesmo, que era o preço normal... O primeiro dia foi de adaptação. Clima, comida, pessoas. E um paraíso de sol escaldante e areia branquinha dividida com alguns urubus em harmonia com uma natureza que não pode ser tão perfeita. Posted by Hello